quarta-feira, novembro 28, 2012

A Crise do Sistema Colonial


As relações socioeconômicas nas colônias mercantilistas, devido a mão de obra escrava, concentrava a renda nas mãos dos senhores. Isto porque eles eram os donos da terra e das unidades produtoras de bens para o mercado europeu ao mesmo tempo. O produtor direto não possuía renda própria, este é reduzido a simples instrumento de trabalho. A renda pertencia a camada senhorial. Essa concentração de renda é que vai tornar viável o funcionamento do sistema colonial.

Essa renda, por imposição do "Pacto Colonial", tinha sua maior parte transferida para a metrópole e grupos burgueses envolvidos com as transações ultramarinas. A outra parte da renda ficava nas mãos da pequena classe senhorial. Essa parte garantia o funcionamento da exploração colonial. Mesmo sendo a menor parte, era o suficiente para que os senhores levassem uma vida de luxo e ostentação de riquezas. Simultaneamente a esse processo as exportações proporcionavam condições para que o colono importasse os produtos da economia européia. Portanto as rendas vinham, pois, das exportações e se consumiam nas importações. Esse era o propósito do pacto colonial proposto pela metrópole: transferir para a metrópole a maior parte dos lucros auferidos pela camada senhorial periférica.

O colonialismo mercantilista, portanto, promovia a acumulação de capital nas metrópoles europeias. A sociedade colonial sofria, dessa maneira, com a exploração constante das burguesias metropolitanas.

Em contrapartida a classe proprietária colonial mantinha sua posição de privilégio por meio da exploração do braço escravo.

A Revolução Industrial na Inglaterra, depois em toda a Europa, mudou o quadro mercantilista imposto pelo pacto colonial. Portugal transferia para a Inglaterra a maior parte do lucro obtido com as importações coloniais. Isso por causa do tratado de "panos e vinhos" assinado entre os dois países. Um tratado desvantajoso para Portugal, pois a transação tinha que ser complementada em espécie. Portugal aceitava esse acordo em troca de proteção política.

Com o acúmulo de capital A Inglaterra pode sair na frente na industrialização. Havia, portanto, a necessidade de se conseguir mais matéria prima para suprir a demanda e, em contrapartida a produção de manufaturados. A partir daí, o pacto colonial com exclusivo metropolitano não fará mais sentido.

A nova forma de produção capitalista demandava mais consumidores dos produtos produzidos pelas máquinas e, a mão de obra escrava impedia o desenvolvimento dessa ideia. 

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