quinta-feira, maio 24, 2012

Escravidão: O trabalho, o sofrimento e a resistência dos escravos.


Ana Lúcia Valente deixa claro em seu texto que, o negro nunca se deixou escravizar. De uma maneira ou de outra, os escravos resistiam à escravidão, até mesmo com o suicídio; para mostrar aos senhores que eram donos de suas próprias vidas. Muitos morriam na senzala, pois, a vida nessa prisão não era diferenciada do navio negreiro. Uma grande parte fugia para os matos e montanhas, lugares de difícil acesso e longe da cidade.

Ao citar o trabalho desenvolvido pelos escravos, Ana Lúcia consegue demonstrar o porque o negro é considerado a base da colonização do Brasil. Na África, os negros já estavam acostumados com a lavoura, pois, muitos grupos eram agrícolas. Havia também os tecelões ferreiros e criadores de animais de subsistência. Muitos se dedicavam ao trabalho artesão com o ouro, bronze, madeira e couro. As fases econômicas do brasil tiveram a presença primordial do negro, sem eles, o Brasil não seria Brasil. Plantaram cana de açucar e café,  foram mineradores e ourives . Os negros que trabalhavam na Casa Grande eram escolhidos e, tinham uma maior regalia. O  marceneiro que, fazia os moveis da casa, a cozinheira, a ama de leite - que tinha o seu filho arrancado de seus braços e vendido para que sobrasse leite para a criança branca-, ou para que esse não mamasse no mesmo peito. Tinha também os moleques de recado, as costureiras, as mucamas...

Os escravos, mesmo conhecendo o seu trabalho, eram tratados a base de chicotadas.

Foram as virtudes do negro africano que desenharam o "modo de ser brasileiro". Podemos dizer que , a nossa cultura foi moldada na cultura negra. O samba ,a capoeira, o carnaval, o candomblé, os festejos de Iemanjá e, muitos outros eventos, foram criados pelos negros.

Alguns escravos eram utilizados para a procriação. Esse artifício não deu certo, pois o número de homens era muito superior a de mulheres e, isso fazia com que, uma só mulher mantivesse relações sexuais  com vários homens. Essas relações forçadas e desproporcional estimulava a promiscuidade. Como as condições de higiene na senzala era péssima, muitas crianças morriam ao nascer .

A miscigenação brasileira, iniciou-se com os estupros que os senhores praticavam com as escravas escolhidas. Daí, surgiram as mulatas, que passaram a ser preferidas pelos senhores.

Aos pouco,  a autora vai descrevendo a vida cotidiana dos escravos e, dando ênfase às suas virtudes, mencionando também, a vida atribulada a que eram submetidos. Esse capítulo, serve como um prólogo para  as páginas seguintes, é apenas um meio de situar-se no contexto do objeto em questão.

Maior  ênfase, a autora dá à questões das visões fenotípicas - características exteriores ou aparente do indivíduo- e  genotípicas -características genéticas ou biológicas internas ao indivíduo.

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