quarta-feira, maio 23, 2012

Neocolonialismo


As práticas imperialistas do século XIX intensificaram-se na sua metade final, a partir dos países europeus industrializados, especialmente a Inglaterra, e levou à partilha dos continentes africano e asiático.. Na mesma época, também Estados Unidos e Japão exerceram práticas imperialistas, especialmente em suas regiões de influência, respectivamente na América Latina e na costa Oriental da Ásia.

Diferentemente do colonialismo do século XVI, que tinha como meta a obtenção de especiarias, gêneros tropicais e metais preciosos no continente americano, o neocolonialismo do século XIX necessitava de mercados consumidores de manufaturados e fornecedores de matéria prima (ferro, cobre, petróleo, manganês, trigo, algodão, etc.).

Além disso, as potências buscavam, no momento, colônias para instalar parte de seu excedente populacional e novas áreas de investimento de capitais. Vale destacar que a população européia havia passado de 70 milhões para 90 milhões entre 1500 e 1800. No século XIX, teve um impulso ainda maior, chegando a 423 milhões ( enquanto a população mundial passava de 900 milhões para 1,6 bilhão ). Com áreas coloniais recebendo tais excedentes metropolitanos e novas populações coloniais sendo conquistadas, garantiam-se impostos e contingentes para os exércitos metropolitanos.

Outro aspecto característico do impulso imperialista do século XIX foi a conquista de bases estratégicas que garantissem a segurança do comércio marítimo nacional. Assim, motivados pelo capitalismo industrial e financeiro, sua intervenção ocorreu principalmente na África e na Ásia, sendo as empresas dessas potências, e não mais os Estados, seus principais agentes beneficiários.

No Reino Unido, palco principal da Revolução Industrial, o aumento populacional no século XIX foi de quase cinco vezes, quando o progresso e a miséria, o desenvolvimento econômico, o inchaço urbano e a  exploração social caminharam juntos.

Os grandes monopólios criados com a união de banqueiros e industriais caracterizavam o capitalismo da fase financeira. As atividades produtivas e comerciais estavam submetidas às instituições financeiras em razão de empréstimos e financiamentos, ou ainda do controle acionário. Essas uniões de grupos poderosos estimulavam o surgimento de grandes conglomerados econômicos, que utilizavam toda a estrutura política para conquistar e explorar áreas coloniais. Esse fato originou rivalidades entre as potências pela divisão de mercados, um dos grandes fatores que levaram à Primeira Guerra Mundial, em 1914.

A política imperialista ocultava-se sob uma capa de altruísmo. Os defensores do neocolonialismo diziam que os europeus  levavam" melhores" condições de vida para onde se dirigia sua" missão colonizadora". O maior poeta do imperialismo, o literato inglês Rudyard Kipling ( 1865 - 1936 ), destacou em sua obra The White man's burden ( " O fardo do homem branco " ) o dever à filantropia da ação colonizadora inglesa. Recebeu o prêmio nobel de literatura em 1907. De certa forma, o declarado ideal de levar a fé aos "infiéis" do século XVI foi substituído pela farsa da "missão civilizadora" do século XX.

A dominação imperialista era realizada por meio da administração direta, com a ocupação dos principais cargos governamentais por agentes metropolitanos, ou indireta, por meio de alianças com as elites locais. Em ambas as formas, o que se esperava e se obteve foi a exploração de terras e de mão de obra e o controle da produção e do consumo locais.

Fonte na íntegra: História para o ensino médio- Editora Scipione- 1ª edição. 2003 - Páginas 410-411.

Marcelo
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