sexta-feira, junho 28, 2013

MANIFESTAÇÕES: Vandalismo ou Legitimidade?


Ao longo desse mês de junho, precisamente durante os jogos da Copa das Confederações, temos assistido diversas manifestações pelo Brasil, com reivindicações que passam pelos anseios dos cidadãos. As bandeiras são muitas: Melhorias na educação, saúde, segurança, execução do passe livre, punição para a corrupção, reforma política, e por aí vai.

As reivindicações são diversas. Houve quem comentasse que eram tantas que acabariam se perdendo. Engano! As manifestações expressam os diversos anseios da população. Fosse somente uma reivindicação não teríamos tanta gente nas ruas do Brasil. É certo que tudo começou com o passe-livre implementado pelos estudantes, mas o movimento funcionou como estopim para que os serviços públicos tão abandonados nesse país fossem colocados em pauta.

Na maioria das manifestações presenciamos o quebra-quebra de alguns grupos que a mídia qualificou como minoria. É verdade! O pequeno contingente de pessoas que resolveu afrontar a polícia e depredar lojas e, até mesmo patrimônios não faziam parte daquele movimento de reivindicações, aproveitavam=se da situação para promover a baderna. Mas, até esse movimento baderneiro merece uma análise, vejamos:

É bom lembrarmos que, dos atuais políticos que se encontram no poder uma grande parte militou contra a Ditadura Militar que se instalou no Brasil em 1964. José Dirceu, Dilma e outros mais foram às ruas para confrontar as forças armadas. Garanto a vocês que essas manifestações não foram pacíficas e, foram muito mais violentas do que estas que assistimos na TV atualmente, pois antes, pegavam-se em armas. Hoje, confirmando a dialética do poder, esses manifestantes que se diziam lutar por um Brasil melhor, como diz uma frase que se tornou popular, "não nos representam!"

O foco de depredação era sempre a instituição que representa o poder, como por exemplo, no Rio de Janeiro,a Assembléia Legislativa, o que dá uma certa objetividade ao movimento. Existe um recado nestas hostilidades:"Essa casa não está nos representando". Um outro caso está relacionado as depredações de lojas e, precisamente bancos. Lojas e, principalmente bancos, representam o mundo capitalista e, nesse contexto, a péssima distribuição de renda que se vê nesse país é justificada. Os símbolos do capitalismo vão sendo depredados por aqueles que não foram agraciados pelo sistema injusto e selvagem.

Agora o meu parecer. Muitos, ao ler esse pequeno artigo podem estar pensando de mim: mas será que ele é a favor do vandalismo? Respondo: Não, não sou! Estou apenas querendo mostrar que esses vandalismos, acabam se legitimando dentro das passeatas pacíficas. Mesmo com a desaprovação dos organizadores e da mídia o vandalismo ganha cada vez mais força. Vejamos: Qual foi a imagem que mais se viu nas TVs, uma passeata pacífica ou a desordem generalizada? O que deu mais audiência, a passeata pacífica ou a desordem? Pois é, os que agora estão no poder fizeram bem pior e agora pregam a ordem. Outra pergunta que não quer calar: Se não houvessem esses focos de badernas, que na verdade representam a desobediência civil, será que as reivindicações seriam aceitas? Será que o Congresso Nacional se imobilizaria para votar as principais reivindicações do povo^? É um caso á pensar!

É ilusão pensarmos que haverá, daqui pra frente uma manifestação pacífica, pois é tudo que o governo e, até a mídia quer, estou errado? Então quem é que está ganhando rios de dinheiro com a Copa das Confederações? é o povo? é você? ou será que é o governo, os bancos, os patrocinadores, a Rede Globo, a Bandeirantes...? Que o povo não se iluda! Pela vontade desses segmentos as manifestações seriam dentro do Campo de Santana, ou dentro do Campo de São Cristóvão ou, como diz Júlio Daio Borges; " Eles querem uma passeata nas calçadas, sem atrapalhar o trânsito, com pessoas marchando bonitinho, umas atrás das outras com cartazes e bandeiras do Brasil".

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