sábado, janeiro 24, 2009

Caio Prado Júnior e o Meio Geográfico

História econômica do Brasil - Parte 1
O Meio Geográfico
Através do livro "História econômica do Brasil ", Prado Júnior nos mostra, com muita simplicidade, o meio geográfico brasileiro. Dessa maneira vai nos elucidando, as razões pela qual, o nosso território, apresenta, até hoje uma distribuição geográfica irregular; e ainda, quais foram as condições climáticas que acompanharam o nosso desenvolvimento econômico.
Segundo as suas observações:

"Ao leste, estende-se uma linha costeira regular,sem sinuosidades e nem endentações, por essa razão, desfavorável à aproximação humana e utilização nas comunicações marítimas; e a oeste , por territórios agreste, de penetração e ocupação difíceis ( e por isso, até hoje ainda, muito pouco habitados), estendidos ao longo das fraudas da Cordeilheira dos Andes, e barrando assim as ligações com o litoral pacífico do continente. O Brasil embora ocupe longitudinalmente a maior parte do Território sul-americano, volta-se inteiramente para o atlântico". (Caio Prado,1972,pág.9).

Caio Prado faz um breve levantamento das condições geográficas do Brasil, afim de dar subsídios ao processo de povoamento do território, a partir da colonização. As dificuldades encontradas pelos primeiros exploradores europeus na parte leste brasileira, com seus terrenos irregulares e desfavoráveis à navegação, adiou por muitos anos o processo de interiorização. A parte Oeste com penetrações difíceis por causa dos territórios agrestes, torna-se difícil de se povoar. A Cordeilheira dos Andes forma um obstáculo à penetração do Atlântico.Caio Prado também faz uma análise das coordenadas e do clima brasileiro, mais adiante essas prévias servirão de base para elucidação do processo econômico desenvolvido em território brasileiro.
Em relação a economia Caio Prado aponta a primeira unidade regional, e historicamente a mais importante como sendo a "longa faixa costeira que borda o oceano". O destaque da região vai desde o extremo norte até aproximadamente o paralelo 26°, onde a altitude elevada começa a se sentir no clima, e consequentemente na vida economica.
Uma das dificuldades para a penetração do territtório pelos colonizadores é a Serra do Mar, narrado assim por CAio Prado Júnior:

Ao sul do pararelo de 15°, outra circunstância geográfica oporá uma barreira à penetração: o relevo. Acompanhando a faixa costeira, estende-se daí para o sul o desenvolvimento abrupto da Serra do Mar que forma o rebordo oriental de um elevado planalto de altitudes médias oscilando entre 600 e mais de 1.000 metros, e que em vez de inclinar-se para o mar, volta-se para o coração do continente; o que faz com que os rios excepcionalmente se dirijam para a costa. A maior parte deles, e sobretudo os de maior volume, correm para o interior em demanda da bacia do rio Paraná.

Apesar de oferecer obstáculos à penetração do homem, a região que abriga a Serra do mar é discrita como favorável ao estabelecimento da vida humana, por causa do seu clima temperado e solos férteis. Caio prado observou esse item:

"As condições para a penetração do território não são portanto, aí, muito favoráveis. E até hoje constituem sério embaraço oposto às comunicações para além do litoral. Mas ao contrário do interior nordestino, o Planalto Centro Meridional brasileiro oferece esplêndidas condições naturais para o estabelecimento do homem. Além do clima temperado pela aaltitude, solos férteis e bem regados por chuvas regulares e um sistema hidrográfico normal- ao contrário do do interior nordestino semi-árido, onde a maior parte dos rios é de curso intermitente. Finalmente , o planalto brasileiro encerra abundantes recursos naturais. Tudo isso atraiu para ele a colonização, que o procurará desde o início, mas particularmente, em grandes massas humanas, a partir do séculoXVIII. Ele concentra hoje a maior parcela da população brasileira. (Caio Prado, 1972;pág.10
Assim Caio Prado vai fazendo uma minuciosa observação nas regiões brasileiras, em busca de explicações plausíveis à colonização e economia brasileira.
Marcelo C Henrique - Lic. História

Nenhum comentário:

Postar um comentário